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janeiro 16, 2009


Há muitos anos atrás (É pleonasmo?), reencontro um amigo que não via há tempos. Deste nosso encontro, lembro de sua alegria, apresentando-me sua então noiva. Uma loura linda, corpo escultural e inteligência acima da média.

(Afirmo, categoricamente, que nessa observação não vai nenhuma referência ao fato dela ser mulher, loura e, mesmo assim, ser inteligente. Que isto fique bem claro!)

Pois bem, essa apresentação, lembro-me, deu-se numa bela praia cearense, onde esticamos nosso papo até o cair tarde, entre cervejotas e deliciosos caranguejos.

Projetos e sonhos de meu simpático (futuro) casal de parceiros de curtição foram deitados sobre a mesa daquela barraca. Saímos exultantes, quase bêbados e, é bem verdade, também queimados por aquele sol forte de verão nordestino. Na despedida, uma promessa de ambos: uma visita à minha casa para a entrega formal do Convite de Casamento, marcado para daí a poucos meses.

Aguardei. Dias. Uma semana. Duas. Três. Perdi a conta e esqueci (Será?) o assunto. O que teria acontecido?

Meses depois recebo, começo de tarde, em meu escritório, uma ligação sua. Direto e objetivo, ele arremessou:

-E aí, meu velho, como vai? Saudades... Precisamos conversar! Pode ser hoje a noite?!...

-Claro que sim, meu caro!

Curioso, quase que atropelo a sua saudação e seu convite, aceitando-o de imediato. Marcamos para as 20 horas, num restaurante que costumávamos freqüentar.

O resto da tarde transcorreu lentamente; Ansioso queria, logo, saber a causa de seu sumiço. Queria saber de seu casamento (Acontecera?). Das novidades, enfim.

Oito horas da noite em ponto, já acomodado em nossa mesa predileta, o garçom serve-me o primeiro scotch (On the rocks, off course!). Aguardo.

Antes da segunda dose ele chega. Ar cansado, tristonho; Diria que até sofrido!

Como era de seu feitio foi logo disparando:

-Inácio, há quanto tempo!... Acho que foi na praia, quando te apresentei a F..., não foi? Lembra dela? Pois ela não me abandonou a menos de quinze dias de nosso casamento?!...

Fiquei perplexo. Agora entendia seu sumiço, seu ar cansado, sua tristeza, sua dor.

Como quem quer livrar-se de um enorme e pesado fardo, continuou desabafando suas mágoas e dores:

-O pior é que já havia preparado (e até pago!) a festa... Daí, um belo dia, sem mais nem menos, recebo um bilhetinho dela, entregue por uma amiga comum. Simples, objetivo e doloroso.

Abre uma pasta executiva e retira alguns papéis. Mostra-me o primeiro. Era o bilhete fatídico. Leio:

"M...,

Desculpe, mas tudo foi um grande erro.
Estou saindo de sua vida agora e para sempre.
Adeus,

F..."

Conhecendo meu amigo e sabendo da imensa paixão que tinha pela amada, cheguei até a embargar a voz, mas argumentei, sem nenhuma convicção:

-Amigo, a vida prega-nos dessas peças. Talvez tenha sido melhor assim! A sua princesa encantada ainda está por vir. Aguarde-a. Quando menos esperar ela aparece!

Dentre os outros papéis ele sacou uns recortes. Eram de um jornal de grande circulação regional. Mostrou-me os anúncios que mandara publicar nos classificados, oferecendo para venda todos os móveis e utensílios que formariam o "Lar. Doce lar" do casal desfeito. Em tópicos (retrancas, na linguagem técnica) diferentes ele oferecia, fogão, geladeira, móveis em geral. E a cama do destaque deste post. Mostrava-me todos, recortados um a um, detalhadamente e com muita dor.

Eram pura poesia, seus anúncios!...

Ao nosso lado, como quem não está prestando atenção, maitre e garçom, indiscretos devido a antiga convivência, observavam o desenrolar de nossa conversa.

Emocionado, e para disfarçar, finjo a necessidade de ir ao toilete. Levanto-me meio zonzo, sentindo, eu também, a dor de meu amigo. Rumo ao banheiro percebo que também o maitre e o garçom não conseguiram disfarçar as suas próprias emoções. Enxugavam, com lenços de papel, algumas lágrimas incontidas.

O jantar, regado a muito scotch, apesar de delicioso, foi dolorido para todos. Mesmo passado o tempo, meu antigo parceiro de gandaias ainda acusava a sua irreparável perda. Bem no coração.

Dia seguinte, ainda sentindo o peso do excesso de whisky, lembrei-me da história de meu velho amigo. Seus anúncios nos classificados ficaram, indeléveis, em minha memória. Principalmente o da cama, com o lado vazio.

Tempos depois retomamos o contato. Era candidato a cargo eletivo majoritário. Senador. Votei e ajudei em sua campanha. Ia muito bem nas pesquisas eleitorais. Mas não elegeu-se. O mundo político dexou de ganhar um grande valor. E ele teve que absorver mais uma pancada.

Depois desta malsucedida campanha, parece que aplicou a si próprio um castigo, uma pena. Foi seu próprio juiz e algoz. E sumiu.

Nunca mais o vi. Espero que tenha resolvido seu dilema. E que sua cama esteja, hoje, totalmente ocupada. E bem!

P.S.: Anos mais tarde reencontrei a sua (dele) ex-noiva. E rolou, entre nós, um lance incrível! Mas isto é papo para um próximo post. Aguardem.

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A importância dos detalhes

Um grande amigo, Marcleuton Silveira, vendedor de mancheia, alcunhado SKIN, em referência à linha de produtos que já vendeu, manda-me um e-mail com uma historinha dessas antigas, com o tradicional "Moral da História".

Como achei legal relembrá-la, e por ser interessante, passo a dividi-la com vocês, meus caros internéticos leitores.

Vamos à história:

"Um homem extremamente rico estava muito ruim de saúde, agonizando na UTI de um hospital. Pediu a seu médico um papel e caneta, e escreveu assim:

"Deixo meus bens a minha irmã não a meu sobrinho jamais será paga a conta do padeiro nada dou aos pobres"

Morreu, porém, antes de fazer a pontuação correta do texto. Daí gerou-se uma tremenda querela. A quem ele deixara a sua fortuna, enfim?!...

Eram quatro os prováveis concorrentes: o sobrinho, a irmã, o padeiro e, até mesmo os pobres, que foram citados de solapa!

O sobrinho fez a seguinte pontuação:

"Deixo meus bens à minha irmã? Não! A meu sobrinho. Jamais será paga a conta do padeiro. Nada dou aos pobres"

A irmã chegou em seguida. Pontuou assim o escrito:

"Deixo meus bens à minha irmã. Não a meu sobrinho. Jamais será paga a conta do padeiro. Nada dou aos pobres"

O padeiro pediu cópia do original. Puxou a brasa pra sardinha dele:

"Deixo meus bens à minha irmã? Não! A meu sobrinho? Jamais! Será paga a conta do padeiro. Nada dou aos pobres."

Aí, chegaram os descamisados da cidade. Um deles, mais sabido, fez esta interpretação:

"Deixo meus bens à minha irmã? Não! A meu sobrinho? Jamais! Será paga a conta do padeiro? Nada! Dou aos pobres."

Moral da história: Assim é a vida. Pode ser interpretada e vivida de diversas maneiras. Nós é que colocamos os pontos. E isso faz toda a diferença!"

Essa historinha é oferecida a meu filho DUDU, um rapazinho de 13 anos, gente boa, e que tem muito a aprender da vida, ainda. Beijos, filho!

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Que Pai sou EU? (ou sobre os pelos de meu filho)

janeiro 06, 2009

Meus internéticos leitores, vejam a que situações embaraçosas, digo, esquisitas, melhor dizendo, sei lá o que, passa um Pai ausente.

Tenho um único filho, DUDU, adolescente de 13 anos, que por conta de uma separação, ficou sob a guarda da mãe, com quem mora (É óbvio!), em Brasília. Ocorre que este pobre escriba mora na bela Fortaleza, distante alguns milhares de kilometros.

Até aí, problema nenhum. Ocorre que, agora, férias de final de ano e coisa e tal, este filho, para minha felicidade veio, juntamente com a mãe e um segundo filho desta, passar férias comigo.

Que felicidade!, pensariam vocês. Eu também pensava assim. Mas meu problemas estavam apenas começando. E eu explico porque.

Quando da separação, este filho querido tinha pouco mais de 2 anos. Logo em seguida mudaram-se para Brasília e eu permaneci em minha terra. Jamais, claro, perdemos o contato, mas à distância, sem um acompanhamento próximo, a fase de crescimento de uma criança é foda, êpa!, é dose!

Agora estou tendo que "aprender" a conviver com um rapazinho de 13 anos, cheio de questionamentos e dúvidas, com as quais não estou sabendo lidar.

Pois é!... Como vou explicar pra ele, por exemplo, por que estão aparecendo pelos em sua púbis e suas axilas? Não riam, caros leitores, mas eu não sei se tenho a resposta adequada, cientificamente psicologicamente falando, para esta fase que ele vive.

E nem me venham com aquele papo de testosterona, hipófise, glândulas, o diabo a quatro! Tentei por este caminho e só conseguir embaraçar a cabeça do pimpolho mais um pouco. Afinal, um garoto, nessa idade, quer uma explicação mais plausível.

E esta, sinceramente, eu não sei! Quem quiser se habilitar para ajudar este pobre blogger, favor postar comentários ou enviar-me e-mail.

Eu e meu filho, penhoradamente, agradecemos!

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Num dia aziago, vale morrer no fim? - Parte II

janeiro 05, 2009

Se você está começando a ler esta história por aqui, recomendo que você leia, antes, a primeira parte (clique aqui) e depois volte a este texto.

Mas, continuando com meu azar desfortúnio: Depois de tantos percalços, para um único dia, tomo o rumo de minha casa. Já havia esquecido o assalto sofrido logo de manhã cedo, os problemas do dia-a-dia e tudo o que eu queria era um bom banho e minha cama.

Mal andei os dois primeiros kilometros e sou parado por uma blitz. O guardinha dirige-se ao veículo e faz a abordagem tradicional.

-Boa noite, cidadão. Documentos do carro e habilitação, por favor.

Abro o porta luvas, para pegar os documentos do veículo. A habilitação sempre mantenho na carteira de cédulas, que escapara do assalto. Os documentos não estão lá. Reviro de ponta cabeça o porta luva, o console, o encosto central e NADA!

O guardinha, agora já não tão educado, insiste:

-Documentos do carro e habilitação!...

-Calma, amigo. Estou procurando. Era pra estarem aqui...

Mas não estavam!...

Apresentei a CNH e argumentei que ele poderia, pela placa, checar a situação do veículo, que estava em ordem. Aborrecido, respondeu-me que até poderia fazer isso, mas como os documentos do veículo são de PORTE OBRIGATÓRIO e, como eu não os portava, o carro seria retido, até a apresentação destes, além da multa que seria lavrada, independentemente.

Argumentei que era amigo de fulano, de sicrano, de beltrano, todos seus superiores, e que poderia fazer uma ligação para qualquer um destes, e resolveríamos o problema, facilmente, sem maiores transtornos (multa, reboque etc.) para mim e sem mais perda de tempo para ele.

-Se algum desses seus amigos, meus superiores, me mandarem liberar o carro, tudo bem!...

-Beleza, amigo. Uma ligação e resolvo o problema.


Assim pensava eu!...

Celular já na mão, faço a primeira tentativa. Fora de Área. Parto para outro número. Outro amigo. Cai, direto
, na caixa postal.

PQP! Hoje, decididamente, não é meu dia! Falei baixinho, para comigo mesmo.


Agora, além de aborrecido pelo que já havia passado, começo a ficar nervoso. E se não conseguisse falar com meus amigos?!...

Vou para a terceira tentativa. Número ocupado. Aguardo alguns instantes. O guardinha já me olhando meio atravessado...

Quarta tentativa. Alívio! O celular, enfim, chama! Aguardo. Um toque, dois, três, quatro. Meu nervosismos agora é perceptível. O guardinha me olha como que dizendo: Te peguei, bacana!...

Quinto toque e meu amigo atende, cobrando-me:

-Cadê você, Inácio? Anda sumido!...

-É, parceiro... São os negócios, que nos prende e não nos permite estar mais próximos dos amigos. Também estava com saud...

Cortei a palavra e a frase pelo meio. A bateria acabara de descarregar total.

Repito, meu internético leitor: Relaxe, aproveite, e salve este blog em seus Favoritos, depois volte aqui, por que logo, logo em vou postar o restante dessa história. O final é inacreditável!

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