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Todos os sonhos do mundo e mil amores mal resolvidos, ela tinha. Queria o homem ideal. Um príncipe encantado, talvez.
Lábios pequenos, sempre úmidos, tal qual Iracema, ela tinha. E um sorriso largo e encantador.
Sonhos políticos e, talvez até, projetos, ela tinha. E um jeitinho meigo e cativante.
E muito mais, ela tinha!...
Mas, de repente, as decepções se lhe abateram sobre os ombros. Seus sonhos e projetos desmoronaram. E ela já não os tem mais!
Agora, revoltada, esbraveja contra todos sua insana e injustificável ira. A humildade e o reconhecimento de valores verdadeiros estão longe de seus conceitos. Decência, já não tem mais!
Amigos, pelos menos os mais verdadeiros, ela, também, já não os tem mais!
Parece, até, que encolheu. Apequenou-se. Seus lábios como que ressecaram, e de sua boca saem, agora, palavras as mais secas e ásperas.
Hoje, solitária, desgasta-se, quixotescamente, em batalhas vãs! E é por esta sua solidão que faço minhas as palavras do Poeta:
Solidão não é a falta de gente pra conversar, namorar, passear ou fazer sexo; Isto é carência!
Solidão não é o sentimento que experimentamos pela ausência de entes queridos, que não podem mais voltar; Isto é saudade!
Solidão não é o retiro voluntário que a gente se impõe, às vezes, para re-alinhar os pensamentos; Isto é equilíbrio!
Solidão não é o vazio de gente ao nosso lado; Isto é circunstância!
Solidão é muito mais que isto!...
Solidão é quando nos perdemos de nós mesmos e procuramos, em vão, pela nossa alma!
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